Apresentação

O Forlibi surgiu da necessidade de unir as línguas brasileiras de imigração com o objetivo de instaurar um diálogo permanente entre estas comunidades linguísticas, e se propõe a ser um espaço de pesquisa, mediação e articulação política em variadas frentes para o fortalecimento das mesmas. Reunindo falantes e representantes das línguas de imigração e de instituições parceiras, tem como propósito delinear ações coletivas para a promoção das línguas nas políticas públicas em nível nacional.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Lançado o livro "Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial"

Lançado o livro "Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial"

Rosângela Morello e Gilvan Müller de Oliveira
Em 15 de outubro de 2014, durante o Colóquio A Língua Portuguesa, o multilinguismo e as novas tecnologias das línguas no século XXI, realizado em Belo Horizonte no Campus II do CEFET de Minas Gerais, foi lançado o livro Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial

O livro assinado por Armando Zamora Segorbe (Linguista e professor da Universidade Nacional da Guiné Equatorial), Gilvan Müller de Oliveira (Linguista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina) e Rosângela Morello (Linguista e Coordenadora Geral do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística) é resultado de pesquisas realizadas em campo, em 2012, como parte de um protocolo de cooperação entre o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e o Governo da Guiné Equatorial.  As temáticas abordadas pelos autores promovem uma visibilização das relações histórico-culturais do fá d’ambô com a língua portuguesa na Guiné Equatorial e situam questões para a gestão dessas e outras línguas no país.  A publicação do livro dialoga, ainda, com as ações em torno da promoção da língua portuguesa no país decorrente de sua oficialização ocorrida no final de 2011. Conforme Oliveira, a Guiné Equatorial é hoje o único país do mundo cujos idiomas oficiais são as três grandes línguas românicas (o espanhol, o francês e o português). 

A República da Guiné Equatorial, que desde julho de 2014 faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), situa-se no oeste da África Central e seu território é constituído por províncias continentais e insulares. Dentre as províncias insulares da Guine Equatorial encontra-se a ilha de Ano Bom, onde atracaram os portugueses em 1471, período das grandes navegações, deixando nesse lugar sua herança linguística hoje verificada no fá d’ambô, crioulo de base lexical portuguesa. 

O livro expõe um breve panorama histórico da ilha de Ano Bom em sua relação com a língua portuguesa, situa a história do fá d’ambô, descreve diversos aspectos linguísticos da ‘língua annobonesa’, nas palavras de Segorbe, bem como analisa o fá d’ambô no contexto plurilíngue da Guiné Equatorial a partir de dados coletados por meio de um intenso trabalho em campo realizado segundo a metodologia de diagnósticos linguísticos e sociolinguísticos. As pesquisas de campo foram desenvolvidas em março de 2012 em Malabo (capital do país) e entorno entre comunidades annobonesas e na pequena ilha de Ano Bom, sob a coordenação da Profa. Dra. Rosângela Morello.

Conforme as palavras de Oliveira, então Diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, o livro contribui para “a compreensão das regiões onde o português é usado, ou onde fenômenos linguísticos que tiveram sua origem no português ocorrem”.

Em entrevista realizada com Morello por ocasião do lançamento do livro, a autora relaciona o crescimento de interesse pela língua portuguesa com a renovação de pesquisas sobre os crioulos de base lexical portuguesa: “Esperamos que esse livro possa continuar dando abertura para a reflexão sobre o que é a Língua Portuguesa no mundo. Compreendemos que tem havido um crescimento no interesse do Brasil pelos demais países africanos, onde a língua portuguesa também é falada. Espero que esse livro possa subsidiar novas pesquisas e esse trabalho possa gerar novos interesses”. 

O livro foi publicado pelo IILP com aporte do Programa de Apoio às Iniciativas Culturais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PAIC-PALOP) dos Fundos ACP (África-Caraíba-Pacífico) e, principalmente, com a contribuição do Governo da Guiné Equatorial.

Fonte: e-Ipol.org

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Libras e Hunsrückisch serão línguas inventariadas no âmbito do INDL

Libras e Hunsrückisch serão línguas inventariadas no âmbito do INDL

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) divulgou o resultado da habilitação e avaliação das propostas do Edital de Chamamento Público 004/2014 – Identificação, Apoio e Fomento à diversidade linguística no Brasil – Línguas de Sinais, Línguas de Imigração e Línguas Indígenas.

Entre as propostas aprovadas estão o Inventário da Língua Brasileira de Sinais e o Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) como língua brasileira de imigração, ambas com parceira do IPOL.

O Inventário da Libras é uma parceria entre o IPOL e a UFSC, e terá por foco a sistematização de dados sociolinguísticos dessa língua utilizando a produção acadêmica e a população envolvida em cursos de formação à distância da UFSC coordenados pelos profs. Ronice Quadros e Tarcisio Leite e uma coleta específica na região da grande Florianópolis.

O Hunsrückisch (hunsriqueano) será desenvolvido pelo IPOL e pela UFRGS, e tem por base o Projeto ALMA, coordenado pelo prof. Cleo Altenhofen, o qual será ampliado desde a perspectiva do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL). Além disso, abrangerá novas comunidades linguísticas, especialmente no Espírito Santo.

As pesquisas serão desenvolvidas por pesquisadores do IPOL e das instituições parceiras, em estreito diálogo com as comunidades de falantes, e com o IPHAN. O objetivo é que ambas as línguas sejam reconhecidas como referência cultural brasileira, como está previsto no âmbito da política do INDL.

Para a Coordenadora Geral do IPOL, Drª Rosângela Morello, "a realização desses projetos são importantes ações na direção da implementação do INDL e podem aportar novas contribuições tanto do ponto de vista metodológico quando das articulações políticas seja com os falantes, seja com instâncias do poder público, visando a plena instalação da política do INDL".

O INDL foi criado pelo Decreto federal nº 7.387, de 09 de dezembro de 2010. De acordo com o relatório do Grupo de Trabalho que instituiu as diretrizes para o INDL,

O Inventário permitirá ao Estado e à sociedade em geral o conhecimento e a divulgação da diversidade linguística do país e seu reconhecimento como patrimônio cultural. Esse reconhecimento e a nomeação das línguas inventariadas como referências culturais brasileiras constituirão atos de efeitos positivos para a formulação e implantação de políticas públicas, para a valorização da diversidade linguística, para o aprendizado dessas línguas pelas novas gerações e para o desenvolvimento do seu uso em novos contextos.

Ao todo foram aprovados seis projetos nas três categorias. Quanto aos projetos propostos pelo IPOL e parceiros, o Libras foi classificado em 1º lugar na categoria Línguas de Sinais e Hunsrückisch foi o único a ser aprovado na categoria Línguas de Imigração.

Para maiores detalhes, baixe aqui o arquivo com o resultado da habilitação e avaliação de propostas do IPHAN.

Fonte: e-Ipol.org

sábado, 18 de outubro de 2014

Viana do Castelo, Portugal: Relançamento de património imaterial Galego-Português

Viana do Castelo, Portugal: Relançamento de património imaterial Galego-Português

O presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo e presidente da Rede Internacional de Entidades Transfronteiriças - RIET, José Maria Costa, marcou ontem presença no décimo aniversário da apresentação da Candidatura do Património Imaterial Galego-Português da UNESCO, na sede do Conselho da Cultura Galega, em Santiago de Compostela.

A sessão, organizada pela Associação Cultural e Pedagógica Ponte…nas ondas! com o apoio de instituições da Galiza e de Portugal, integrou intervenções de representantes de várias entidades como do Museu do Povo Galego, da Secretaria de Política Linguística da Xunta da Galicia, Direcção Geral de Relações Exteriores e da União Europeia e do Presidente do Conselho da Cultura Galega.

De lembrar que, há dez anos, um grupo de professores da Associação entregou na sede da UNESCO em Paris a Candidatura do Património Imaterial Galego-Português, sendo a primeira a ser promovida por escolas dos dois países da União Europeia. A candidatura, que suscitou grande adesão na Galiza e em Portugal, defende a identidade história dos dois países: para além dos castelos, conventos e monumentos, também os sons, os gestos, os dizeres e a língua mostram uma identidade história para preservar enquanto elementos culturais delicados, postos em causa muitas vezes pela História.

A sessão comemorativa de ontem serviu para reavivar todo o processo de candidatura, que renasce agora com uma nova campanha.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Seminário no IPOL desvenda histórias da imigração no Brasil

Seminário no IPOL desvenda histórias da imigração no Brasil

Peter Lorenzo, Cíntia Vilanova e Alberto Gonçalves
Na sede do IPOL em Florianópolis, realizou-se no dia 02 de outubro o seminário “Histórias da Imigração no Brasil”. Apresentado por Alberto Gonçalves, contou com a presença da coordenadora do IPOL, Rosângela Morello, além de Peter Lorenzo e Cíntia Vilanova. No seminário, apresentou-se um levantamento sobre a heterogeneidade de histórias referentes aos imigrantes europeus e asiáticos no Brasil, abrangendo o recorte temporal desde o início do século XIX até as primeiras décadas do séc. XX.

As informações apresentadas no seminário fomentaram novas questões e encaminhamentos ao projeto “Receitas da Memória, os sabores da imigração em Documentário”, convênio financiado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – e executado pelo IPOL, através de Edital PNPI/2013.

Alberto Gonçalves e Rosângela Morello
O projeto, como seu título indica, prevê a realização de um documentário que abordará o caminho de sabores e memórias da imigração no Estado de Santa Catarina, apresentando ao público brasileiro a história de imigrantes e suas referências identitárias.

A condução do trabalho pretende dar relevância a aspectos da história, da memória e da língua dos imigrantes, tendo como principal fio condutor as receitas culinárias e seus pratos, os ingredientes, sabores e costumes, com o objetivo de contar a história na perspectiva do grupo de imigrante e assim valorizar e legitimar seus saberes e os modos pelos quais se transformaram de geração em geração na interação com outras culturas no Brasil.

A equipe do projeto “Receitas da Memória, os sabores da imigração em Documentário” procura, desse modo, contribuir para a promoção das comunidades de imigração, dando sustentabilidade às suas práticas culturais e linguísticas.


Fonte: e-Ipol.org